Pesquisadores de Google e Stanford publicaram uma pesquisa sobre “agentes generativos” que mais parece a primeira versão de uma mistura de Matrix com Westworld.
Usando uma simulação baseada em vídeo game, eles criaram uma pequena cidade com 25 personagens em que as coisas começaram a acontecer de forma autônoma. Diferente de um jogo, esses personagens não tinham uma pré-programação, mas seus comportamentos emergiram a partir da interação com o ambiente e outros agentes.
Cada personagem foi criado a partir de uma breve descrição em lingua natural, incluindo sua profissão e relacionamento com o outros agentes. Por exemplo:
“John Lin é atendente em uma farmácia e adora ajudar as pessoas. John acha Sam uma pessoa boa. John e Tom são amigos e gostam de discutir política”.
Neste ambiente, a interação do usuário humano podia acontecer de duas formas: conversar com os agentes como se fosse um outro agente ou então falar com ele como se fosse uma voz interna (vozes da nossa cabeça de silício haha).
O ponto interessante é a arquitetura do projeto, pois permite que os agentes possam interagir entre eles, criar memória dos acontecimentos, refletir sobre eles e ainda fazer planos futuros. Com isso, muitos comportamentos sociais emergem.
No artigo, eles descrevem alguns, mas aqui vou destacar os que achei mais interessante.
Difusão de informação (também conhecida como fofoca haha).
Sam encontrou Tom no mercado e comentou sua intenção de se candidatar nas eleições locais. No dia seguinte, Tom comentou sobre as chances de Sam vencer as eleições com John, outro personagem.
Coordenação entre agentes
Isabela comentou sobre a sua intenção de organizar uma festa do dia dos namorados. No dia combinado, 5 agentes apareceram para a festa, inclusive Maria que convidou Klaus porque tinha um crush nele.
Esse projeto demonstra o potencial da IA generativa (no caso, eles usam o ChatGPT) para a criação de agentes generativos em diferentes contextos, como jogos, metaverso e até mesmo na realidade física com robôs sociais, o que, sabemos, pode ter consequências ainda não tão estudadas nos seres humanos. Ainda assim, o projeto não deixa de ser tecnicamente incrível!
O site com a demo da simulação está aqui e o paper original, aqui.