A disputa global pela inteligência artificial. A China está liderando pesquisas na área. Em 2020, o país superou os EUA em termos do número de quantidade de citação de artigos acadêmico sobre IA, uma medida da qualidade de um estudo. Mas por que ouvimos pouco da IA chinesa? Explico algumas possibilidades.
O nosso mercado digital é dominado por algumas poucas empresas americanas. Já as organizações chinesas focam mais no mercado doméstico, que é gigante. Um exemplo: estima-se que em 2030 a China tenha 8bi dispositivos de IoT. É muita coisa em uma única economia, apesar de que as empresas chinesas estão buscando uma maior presença internacional.
Outro ponto é que a mídia ocidental acaba destacando inovações de empresas americanas, que têm ótimas estratégias de Relações Públicass (vide OpenAI).
Todo mundo aqui ouviu falar do GPT-3 da OpenAI, certo?
Mas poucos conhecem a Wudao 2.0, uma IA 10x maior do que GPT-3.
Com base no Wudao 2.0, foi criado o Hua Zhibing, um aluno virtual equipado com IA. Tem a funcionalidade de aprender on-the-fly a partir de texto, imagens e vídeos. Hua tem as habilidades cognitivas de uma criança de 6 anos. Em um ano, os criadores argumentam que o sistema terá a capacidade cognitiva de um garoto de 12 anos. Ele já escreve poemas e desenhar. Espera-se que seja capaz de programar em breve.
Dai surge um outro problema. As tecnologias Chinesas são mais fechadas. Apesar do acesso restrito ao GPT-3, alguns pesquisadores puderam testá-lo e mostrar suas limitações. O mesmo ainda não acontece com inovações chinesas, então temos poucas evidências sobre seus desempenhos reais.
Deixando a disputa de narrativas, a China segue à risca o plano de ser o líder em IA até 2030. Nas conferências é notório o crescimento da participação Chinesa.
E encerro com uma pergunta: e o Brasil com isso?